terça-feira, 25 de outubro de 2005

A Ponte é uma Passagem

Na passada 5ª-Feira, 20/10, a Galeria Zé dos Bois comemorou o seu 11º aniversário com um concerto bem ao espírito da casa.
Os que se juntaram à celebração encontraram-se no cais de ferries do Cais do Sodré. Aí foram-lhes entregues bilhetes para o cacilheiro que estabeleceria a ligação à outra margem.
Esperava-os uma noite imprevista, quer por nesta altura do ano ainda se poder andar de t-shirt sem arrepios de frio, quer pelo que aguardava os que se encaminharam, de seguida, até ao Cais do Ginjal por uma área à beira-rio que reclama ser objecto de uma requalificação urbanística virada para o recreio nocturno e fluvial.
Quando entrei na sala de espectáculos dei de caras com um músico argentino que fazia lembrar Deus num dia de animosidade extrema para com as suas Criaturas. Numa 1ª fase, Alan Courtis golpeou os ouvidos dos presentes com o drone (avant-garde das pampas, para alguns) extraído da guitarra; depois, utilizou programações e um saco de plástico - não faço ideia do seu conteúdo, apenas testemunhei que o arremessava ao chão consecutivamente... - para continuar o massacre sensorial.
De seguida, o prato principal, os Animal Collective, que deram asas a várias das composições dos seus mais recentes álbuns, os mui aclamados Sung Tongs e Feels, numa prestação marcada pela criatividade e pelas sobreposições vocais dos elementos da banda.

Parabéns à ZDB pelo seu passado com olhos sempre postos no futuro.
p.s. – espero vir a colocar online o vídeo de Alan Courtis – ver para crer!

1 comentário:

Anónimo disse...

Os incrédulos diziam como quem não esperava o furacão:"Nunca vi nada tão "lá fora"!... Alan é grande xamã.